Através do prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2011/ Ministério da Cultura, a Cia Balé Baião de Dança Contemporânea de Itapipoca-CE estará celebrando seus 18 anos de atuação no estado circulando em três estados brasileiros no primeiro semestre de 2012, compartilhando da oficina de criação “Plásticas e poéticas da improvisação em dança”, do vídeo-dança “Tábua” e apresentando o espetáculo “Lamentos e gozos da Imperatriz de Itapipoca”. O nome dessa ação é Desbravadança: conexão Itapipoca/Ceará/Brasil. Essa Circulação tem como proponente a Associação de Artes Cênicas de Itapipoca (AARTI), entidade-mãe que agrega núcleos de dança, audiovisual e percussão no Ponto de Cultura Galpão da Cena de Itapipoca.

Sobre a oficina de criação

O objetivo principal da oficina é a vivência prática das técnicas de criação em dança desenvolvidas pelo Balé Baião tendo como focos a improvisação na cena, a construção de “qualidades de presença” do intérprete e o desenvolvimento de metáforas corporais a partir da construção de imagens instantâneas no espaço.
A pesquisa de linguagem da Cia Balé Baião começou a ser catalogada e codificada em 2005 através de uma premiação da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (SECULT) via Edital de Incentivo às Artes, na área de Pesquisa de Linguagem em Dança. Essa pesquisa foca a criação de movimento expressivo e a construção de verdades cênicas pela fisicalidade do intérprete. A investigação fundamenta-se nos princípios de Von Laban (Alemanha) e no contato-improvisação de Steven Paxton (EUA).
Dançarinos e atores experimentarão proposições e jogos de criação desenvolvidos pelo Balé Baião em solo, dupla e grupo na tentativa de edificar “estados de presença” ou “tensões cênicas” até chegarem a fluxos de movimentos orgânicos em relação ao espaço ocupado.
Serão trabalhados cinco exercícios:
1. Reconhecimento do corpo nos seus fragmentos e totalidade de forma individual;
2. Reconhecimento dos corpos dos outros em seus fragmentos e totalidades através do contato;
3. Reconhecimento e estudo do espaço ou da estrutura concreta escolhida para performar: texturas, espessuras, larguras, tamanhos, maleabilidades e vácuos a serem preenchidos;
4. Criação de imagens corporais acopladas nos espaços/estruturas com imobilidades despretensiosas. Ativação de partes específicas do corpo em diálogo com o espaço/estrutura tendo como vetores: o tônus muscular, divisão de peso, oposição de forças, apoio em repouso, apoio ativo, fluxo de movimento, fluxo interrompido do movimento, gesto estacato, contensão e expansão do movimento;
5. Criação de imagens corporais acopladas em outros corpos (duos ou trios) em diálogo com os espaços/estruturas com imobilidades, repousos, divisões de peso, oposições de força, fluxos de movimento, sustentações, equilíbrios e desequilíbrios.
Deverão se inscrever entre 15 e 20 pessoas de Cias, grupos e coletivos que pesquisam ou querem experimentar práticas de criação em dança.
A oficina terminará com uma avaliação do trabalho em forma de roda de debate. Também será entregue uma declaração a cada participante com assinatura dos professores, logomarcas de nossa entidade e FUNARTE.
No final da circulação pretendemos produzir um vídeo-documentário e um vídeo-dança a partir das imagens coletadas em cada estado visitado. Esse material será publicado no site e blog da Cia, enviado aos grupos que participaram das oficinas e para a FUNARTE.